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Entenda a importante mudança que está por vir no mercado de renda fixa brasileiro

Com a elevação da taxa Selic nos últimos meses – uma resposta ao ambiente de aceleração inflacionária – os títulos de renda fixa voltaram a chamar atenção dos investidores. A possibilidade de ganhos expressivos em investimentos de volatilidade reduzida se mostra bastante sedutora à boa parte do mercado.

Diante da elevada e crescente representatividade dessa classe de ativos no portfólio do “investidor médio”, uma mudança proposta em recente resolução da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) modificará substancialmente a forma de registro e acompanhamento da rentabilidade destes títulos. Estamos falando da mudança da “marcação na curva” pela “marcação a mercado”.

Antes de analisar a mudança e seus prováveis desdobramentos cumpre esclarecer o que são os diferentes tipos de marcação e suas principais diferenças. A marcação na curva é a maneira pela qual boa parte dos títulos de renda fixa tinha seus rendimentos registrados. Neste modelo o valor do ativo mostrado ao investidor não varia de acordo com o preço atualizado no dia, mas com a incidência diária dos juros acordados no início do investimento. O nome “marcação na curva” vem da natureza gráfica desses rendimentos, usualmente em formato de uma reta.

A marcação a mercado, de maneira distinta, atualiza os rendimentos e montante de investimento com base no valor do ativo no mercado, mostrando o valor que o investidor alcançaria caso tentasse se desfazer do ativo naquele momento. Assim, há variações distintas da acordada inicialmente, podendo – inclusive – apresentar variações negativas.

Sabendo como funciona cada um dos modelos de registro, podemos tirar alguns insights que a mudança trará: inicialmente, deve trazer maior transparência para o mercado, visto que agora os valores mostrados serão os que o investidor receberia caso decidisse vender seu ativo naquele momento. Na marcação na curva, muitas vezes o investidor teria uma percepção nebulosa do valor do ativo, visto que esse poderia ser maior ou menor do que o valor de venda.

Outra mudança percebida pode vir da dinâmica da indústria de investimentos. Hoje, como as cotas de fundos de investimento em renda fixa variam diariamente e os papéis de renda fixa o fazem apenas seguindo o rendimento acordado (marcação na curva), muitos investidores, de pessoas físicas ou jurídicas, optavam pelos papéis. Assim, a mudança pode gerar um incentivo incremental ao investimento via fundos.

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De maneira geral, a mudança deve ser positiva, trazendo mais transparência para os investidores pessoas físicas e jurídicas e equiparando veículos de investimento.

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