Caro(a) leitor(a),
Os destaques da semana foram: Ibovespa encerrou março próximo aos 120 mil pontos: índice alcança melhor resultado desde o início da pandemia; Dólar registra nova queda em março. Desvalorização em 2022 chega a quase 15%; Fim da pandemia? Segundo o ministro da Saúde, ainda faltam análises mais aprofundadas; com a alta da taxa básica de juros (Selic), captação de fundos de renda fixa apresenta crescimento.
Boa leitura!
Ibovespa encerrou março próximo aos 120 mil pontos: índice alcança melhor resultado desde o início da pandemia
Mesmo tendo terminado o último pregão do mês, na quinta-feira (31), em queda de 0,22%, o Índice Bovespa, o mais representativo do mercado de capitais brasileiro, encerrou março com variação positiva de 6,06%. Trata-se do quarto mês seguido de alta do índice, que teve seu melhor trimestre desde 2020. Em 2022, o IBOV registra alta de 14,49% até o final de março.
A performance do índice, neste ano, vai na contramão do observado nos mercados acionários de países desenvolvidos. O Índice S&P500, o mais relevante dentro dos Estados Unidos, registra baixa de -5,55% em 2022. Por outro lado, vale destacar que, no ano passado, o IBOV acumulou queda expressiva de 12%, enquanto outros mercados registravam forte recuperação após o início da vacinação contra a Covid-19.
Segundo especialistas, a recente alta do Ibovespa pode ser atribuída principalmente à valorização no preço de commodities, acentuada após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, e a um fluxo de capital estrangeiro positivo para o Brasil, também consequência do conflito no leste europeu. Com diversas sanções sendo aplicadas contra Moscou, investidores buscaram outros países emergentes para destinarem suas aplicações financeiras e, dessa forma, o Brasil foi beneficiado com fluxos de capitais oriundos da Rússia.
Dólar registra nova queda em março. Desvalorização em 2022 chega a quase 15%
Pelo quarto mês consecutivo, o dólar registrou queda em relação ao real, em virtude principalmente da robusta entrada de capital estrangeiro na bolsa de valores brasileira. Em março, a moeda americana registrou depreciação de -7,7%. Entretanto, analisando a performance do dólar em 2022, nota-se que a desvalorização da moeda, em relação ao real, já chega a quase 15%.
Além do fluxo de capital estrangeiro para o Brasil, um outro fator preponderante para a apreciação da moeda brasileira frente ao dólar foi a alta na taxa básica de juros (SELIC). Com os juros domésticos em patamares mais altos, a rentabilidade relativa dos títulos da dívida soberana brasileira fica mais atrativa e, como consequência, investidores estrangeiros realocam seus portfólios em busca de maiores retornos.
Fim da pandemia? Segundo o ministro da Saúde, ainda faltam análises mais aprofundadas
Durante todo o mês de março, medidas estaduais e municipais, em todas as regiões do Brasil, flexibilizaram protocolos até então obrigatórios para frear a contaminação por Covid-19. No último dia 17, o então governador de São Paulo, João Doria, tornou facultativo o uso de máscaras em locais fechados, exceto no transporte público e em estabelecimentos de saúde.
E não são apenas os governos municipais e estaduais que estão rumo à abertura das medidas de segurança. O presidente Jair Bolsonaro chegou a sinalizar sobre uma possível portaria para decretar o fim da emergência em saúde pública por conta da Covid-19. Entretanto, autoridades do Ministério da Saúde não seguiram as expectativas do presidente, afirmando, no último dia 30, que não busca decretar o “fim da pandemia” no Brasil.
De acordo com o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao menos três análises são necessárias para se decretar o fim da “emergência em saúde pública”: cenário epidemiológico; estrutura do sistema hospitalar; acesso a medicamentos eficazes conta a doença.
“Precisamos analisar o cenário epidemiológico que, felizmente, cada dia ruma para um controle maior, com queda de casos sustentada na última quinzena, queda de óbitos. A segunda condição é a estrutura do nosso sistema hospitalar, sobretudo das UTIs. O terceiro ponto é ter determinados medicamentos que podem ter ação eficaz no combate à Covid-19 na sua fase inicial para impedir que essa doença evolua para a forma grave“, avaliou Queiroga.
Entretanto, ainda que o Ministério da Saúde não pretenda decretar o “fim da pandemia” no Brasil, a entidade tem falado, nas últimas semanas, sobre um possível rebaixamento do status da Covid-19 de pandemia para endemia. De acordo com epidemiologistas, a endemia se caracteriza quando existem ocorrências frequentes de alguma doença em determinada região, mas, nestes casos, a população e os serviços de saúde já se encontram preparados.
Com a alta da taxa básica de juros (Selic), captação de fundos de renda fixa apresenta crescimento
Como consequência das recentes elevações na taxa básica de juros da economia brasileira, SELIC, que passou de 2% para 11,75% em um intervalo de apenas um ano (entre os meses de março de 2021 e 2022), a captação líquida dos fundos de investimento em renda fixa está em alta. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), os fundos de renda fixa captaram 268,4 bilhões no período, cifra que correspondeu a 73% do montante total captado pela indústria de fundos de investimento. Após ano extremamente positivo, a renda fixa aumentou sua representatividade na indústria de fundos, passando de 35,9% para 39,0%.
Dentro da categoria, os fundos de renda fixa simples, que possuem ao menos 95% de seus patrimônios aplicados em títulos públicos federais, apresentaram a maior captação líquida do período. Em segundo lugar, está a categoria duração baixa grau de investimento, que devem aplicar, no mínimo, 80% de seu patrimônio em títulos públicos e/ou ativos com baixo risco de mercado.
“O ambiente de maior incerteza contribuiu para reforçar uma maior aversão ao risco por parte dos investidores, com alocações em carteiras de perfil mais conservador.”, afirma Pedro Rudge, diretor da ANBIMA.