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Copom eleva taxa básica de juros pela sétima vez consecutiva
Elencamos como destaques na publicação dessa semana: nova definição do Copom para a taxa Selic; agronegócio bate recorde de exportações em 2021 e deve apresentar recorde de safra em 2022; vendas no varejo apresentaram recuo para o mês de outubro. Além disso, no âmbito externo, destacaremos a tensão diplomática entre China e Estados Unidos.
Boa leitura!
Em nova alta, taxa SELIC passa para 9,25% a.a
Pela sétima vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou um novo aumento na taxa básica de juros da economia brasileira, a SELIC. Com a alta de 1,5 ponto percentual (p.p) na última quarta-feira (8), a taxa passa de 7,75% para 9,25% ao ano, voltando ao mesmo patamar observado em julho de 2017.
Após anos de queda, a taxa SELIC voltou a ter um novo ciclo de alta a partir de março deste ano, dada a aceleração da inflação no Brasil, que já passa da casa dos dois dígitos e encontra-se acima da meta estabelecida pelo Banco Central. Destaca-se que, essa última alta de 1,5 ponto percentual, já havia sido sinalizada na última reunião do COPOM e, dessa forma, já era amplamente esperada pelo mercado.
Ao discutir sobre a conjuntura econômica nacional e mundial, o COPOM ressaltou que, no âmbito externo, o cenário está menos favorável. Diante da persistência do aumento dos preços, bancos centrais de outros países destacaram que as condições financeiras se tornaram mais desafiadoras para economias emergentes. Além disso, a recuperação econômica de países desenvolvidos pode estar em risco em virtude do surgimento e propagação da variante ômicron da Covid-19.
Visando o controle do processo de aceleração dos preços e ancoragem de expectativas, o COPOM ressaltou que seguirá adotando política monetária contracionista. Assim, para a próxima reunião, o Comitê anunciou que poderá realizar outra elevação de 1,5 ponto percentual na taxa SELIC, que passaria a 10,75% a.a. Além disso, destacou que as futuras diretrizes de política monetária serão voltadas para que a inflação convirja para sua meta.
Mesmo com recorde de exportações em 2021 e possível safra recorde no ano que vem, custos de produção podem ser os maiores da história
O Brasil transacionou U$$ 110,7 bilhões em exportações agropecuárias entre janeiro e novembro de 2021, superando, deste modo, o último resultado recorde que havia sido registrado em 2018, quando tais exportações somaram U$$ 101,2 bilhões. Já na comparação com 2020, houve avanço de 18,4%.
Os países que mais compraram produtos do agronegócio brasileiro foram China, União Europeia, Estados Unidos, Tailândia e Japão. Juntos, representaram 62% das exportações brasileiras. Vale destacar que, em 2021, o Irã foi o país onde mais se observou crescimento das vendas externas, com aumento de 71,3% frente a 2020, gerando uma receita de US$ 734 milhões. Já os produtos mais vendidos foram soja em grãos, carne bovina in natura, açúcar, farelo de soja e carne de frango in natura.
Para 2022, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) espera um resultado recorde para a safra de grãos, com expectativa de produção de 289 milhões de toneladas, o que representaria um aumento de 14% em relação a safra 2021/2022.
Porém, para que se atinja tal incremento, os agricultores enfrentarão custos mais elevados, como na compra de fertilizantes e defensivos agrícolas. Referida elevação de custos provavelmente impactará o resultado após a realização das vendas. Ademais, para o próximo ano, a CNA elenca alguns pontos que podem afetar as exportações nacionais, como: a evolução da pandemia de Covid-19, problemas no transporte marítimo, a oferta global de insumos, questões ambientais e, por fim, as próprias dinâmicas do comércio internacional.
Fraco desempenho nas vendas no varejo em outubro
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na última quarta-feira (8), as vendas do comércio varejista apresentaram recuo de -0,1% no mês de outubro. Tal resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que esperava alta de 0,8% na base mensal.
Vale destacar que o resultado de outubro vem após dois meses de queda seguidos. No mês de agosto as vendas no comércio varejista já haviam amargurado o pior resultado do ano, com queda de -3,1%, valor que seguiu negativo em setembro (-1,3%). Com este resultado, o setor varejista se encontra 6,4% inferior a seu patamar recorde, registrado em outubro de 2020.
Segundo especialistas, a aceleração inflacionária que o Brasil passa, principalmente quanto ao preço dos combustíveis e dos alimentos, está prejudicando o ritmo de consumo das famílias. Além disso, com o fim das medidas de distanciamento social, existe agora uma maior tendência de consumo de serviços.
Boicote diplomático aos jogos de Pequim eleva tensões entre China e EUA
Nessa semana o governo norte-americano confirmou que não enviará nenhum representante diplomático do país aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que serão sediados em Pequim, capital da China. Tal decisão ocorre em virtude das crescentes violações de direitos humanos promovidas por autoridades chinesas na província de Xinjiang, no interior do País, onde quase metade da população é Uyghur, etnia de origem turca cuja religião predominante é o islã.
Segundo fontes da imprensa ocidental, desde 2014, o governo chinês, sob a administração de Xi Jinping, está seguindo uma política de perseguição ao povo Uyghur, mantendo mais de um milhão de muçulmanos em campos de concentração. Além disso, também existem relatos de esterilizações em massa contra mulheres da etnia Uyghur, que tradicionalmente possuem mais filhos do que as chinesas da etnia Han, dominante no país. Vale destacar que mais de 90% da população da China é da etnia Han, inclusive o presidente Xi Jinping.
Como resposta à decisão dos Estados Unidos, autoridades da China afirmaram que os norte-americanos estão promovendo um ato de “manipulação política”, deixando claro que o gesto pode acarretar consequências nas relações diplomáticas dos dois países.