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Instabilidades voltam ao radar dos investidores

Estamos inaugurando este espaço para que sirva como um informe semanal de fatos relevantes do universo de investimentos, política e economia. Nessa primeira publicação permeamos alguns assuntos que movimentaram o cenário interno, como: a crise hídrica, o descompasso da inflação e o aumento da taxa de juros. De outro modo, no cenário internacional, destacamos a crise envolvendo umas das principais incorporadoras da China, a Evergrande, bem como a tendência de elevação de juros nos países emergentes. Esperamos que o conteúdo produzido pela XVI Capital se torne o seu informe semanal sobre o mercado. 

Boa leitura!

Mês desafiador para o mercado de capitais

O mês de setembro é historicamente conhecido como um mês desafiador para o mercado de capitais – 2021 não fugiu da regra. O Ibovespa encerrou setembro com queda de 6,57%, sendo o pior resultado para a bolsa desde março de 2020 – início da pandemia do Covid-19. Em 2021, o indicador acumula baixa de 6,75%, mas apresenta valorização de 17,31% nos últimos 12 meses. 

O câmbio, em contrapartida, tivemos uma depreciação do real motivada pela percepção de um Banco Central menos comprometido com a estabilidade de preços, com taxa de juros menor que o esperado, quando comparado com autoridades monetárias de outros países emergentes. O reflexo principal é a diminuição da atratividade de investimentos no Brasil, causado pelo descompasso entre os retornos de países com risco semelhante e o aqui ofertado. 

No cenário internacional, especialmente na China, a preocupação é com relação a segunda maior incorporadora imobiliária do país, Evergrande, que possui dívidas de US$ 300 bilhões e apresenta indícios de que não conseguirá honrá-las, comprometendo o mercado de commodities, bancos e todo o financiamento da economia chinesa. Há temores que um possível colapso desse conglomerado de construção civil, tenha repercussões em mercados do mundo todo. Alguns analistas comentam, inclusive, que o episódio poderia se assemelhar à quebra do Lehman Brothers, desencadeando efeito de queda em outros mercados ao redor do globo.

Crise hídrica e energética

O Brasil vive a maior escassez de chuvas dos últimos 91 anos, o que impacta diretamente em nossa matriz energética: 93% da energia do país é originária de usinas hidrelétricas. Estas, para funcionarem, dependem das chuvas e do nível de água em seus reservatórios, que, atualmente, encontram-se abaixo da média histórica.

Nesse sentido, medidas de racionamento podem ser adotadas, tanto pelo governo quanto pela própria população, visando mitigar as chances de um apagão. Há, ainda, a utilização de usinas termelétricas, intencionando a menor utilização das águas dos reservatórios. O problema, entretanto, encontra-se no fato de que a referida fonte de energia é mais cara, o que acaba elevando a conta para o consumidor.

Inflação e taxa de juros

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA –  de setembro, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – , chegou a 1,16%, configurando-se como o maior para o mês desde 1994. O IPCA ficou 0,29 pontos percentuais acima da taxa registrada em agosto, que foi de 0,87%. Acumulado em 12 meses, o índice está em 10,25%, acima dos 9,68% registrados nos 12 meses anteriores. Neste ano o índice, que é a inflação oficial no país, acumula uma alta de 6,90%. O percentual de variação de setembro foi puxado pelos grupos habitação, com alta de 2,56% (0,41 pontos percentuais) e transporte, 1,82% (0,38 pontos percentuais).

Segundo a análise do IBGE, o reajuste da tarifa de energia elétrica (6,47%) motivou a alta em habitação. Em relação aos transportes, o resultado foi causado pelos aumentos nos preços dos combustíveis (2,43%). De maneira geral, a dinâmica inflacionária continua piorando no curto prazo, com preços em tendência de alta em todos os subgrupos do indicador.

O principal instrumento do Banco Central para conter a propagação da alta de preços é a taxa básica de juros, que é definida com base no sistema de metas de inflação. Normalmente, quando a inflação está alta, o Banco Central eleva a Selic, e a reduz quando as estimativas para a inflação estão abaixo das metas predeterminadas.

Devido à pressão inflacionária, o Copom (Comitê de Política Monetária) passou a subir a taxa básica de juros nas últimas reuniões.

Os juros maiores, em um ambiente de desemprego acentuado e renda fragilizada, desafiam o consumo das famílias e os investimentos das empresas. Em pesquisa efetuada pelo Banco Central, com mais de cem instituições financeiras, analistas do mercado financeiro projetaram que a taxa Selic continuará avançando nos próximos meses e deve fechar o ano de 2021 a 8,25%.

Devido à pressão inflacionária, o Copom (Comitê de Política Monetária) passou a subir a taxa básica de juros nas últimas reuniões.

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