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Mesmo com alta de 1,3% na sexta-feira, IBOVESPA fecha a semana em queda

Caro(a) leitor(a),

Como de costume, o cenário interno segue bastante agitado, tivemos, nessa semana, a aprovação da PEC dos precatórios, que prevê o adiamento dos pagamentos em 2022. De outro modo, acompanhamos a contínua desvalorização do real, a maior disposição de estrangeiros em comprar ações na bolsa brasileira e o crescimento menos acentuado do endividamento das famílias brasileiras em outubro. Quanto ao cenário externo, merece destaque os dados do payroll, divulgado na sexta-feira pela manhã e que refletem a criação de postos de trabalho nos EUA, foram 531 mil apenas em outubro.

Boa leitura!

Visando abrir espaço para implementação do Auxílio Brasil, PEC dos Precatórios é aprovada

Por 312 votos a 144, o texto base da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios foi aprovado na Câmara dos Deputados na última quinta-feira (4). Visando a implementação do Auxílio Brasil de R$400, a PEC abre espaço no orçamento do governo em R$91,6 bilhões para o próximo ano.

As principais alterações promovidas com esta aprovação são com relação ao adiamento do pagamento de precatórios devidos pela União em 2022 e mudanças na regra do teto de gastos. Se aprovada em definitivo, o limite do teto de gastos será corrigido pela inflação acumulada em 12 meses e não mais até junho do ano anterior. Tal mudança, de acordo com estimativas do Tesouro Nacional, poderia abrir um espaço de R$47 bilhões no orçamento público no ano que vem. A partir disso, este excedente seria usado para financiar o Auxílio Brasil, programa social irá substituir o atual Bolsa Família.

Risco fiscal puxa real para baixo

Em outubro, a moeda brasileira voltou a apresentar o pior desempenho dentre todas as moedas monitoradas pela agência Bloomberg, desvalorizando-se 3,6% frente ao dólar. De acordo com estudo realizado pela EESP/FGV, o real terminou o terceiro trimestre com desvalorização de 31%.

Incertezas quanto ao gerenciamento da política fiscal, expectativas de descumprimento do teto de gastos e percepções de instabilidade política com as próximas eleições presidenciais devem manter a moeda doméstica depreciada até o final de 2022, de acordo com a EESP/FGV.

Desde o mês de setembro, declarações de autoridades governamentais vêm causando incertezas orçamentárias e, assim, prejudicando a credibilidade da moeda brasileira

Estrangeiros buscam oportunidades após queda da bolsa brasileira

Com queda acumulada de mais de 20% apenas em quatro meses (entre início de junho e final de outubro), a bolsa de valores do Brasil apresenta, neste ano, o pior desempenho dentre todas as bolsas mundiais. Entretanto, o fato de investidores domésticos estarem preocupados com o cenário fiscal brasileiro e com as elevações na SELIC (e, com isso, voltando a priorizar investimentos em renda fixa) não inibiu investidores de outros países a comprarem ações de empresas nacionais. De acordo com a Bloomberg, estes movimentaram mais de R$12,4 bilhões na bolsa de valores brasileira no mês de outubro, aproveitando-se do momento de retração do mercado acionário doméstico. Nota-se que, apenas na última segunda-feira (1), os estrangeiros colocaram cerca de R$1,7 bilhão na B3.

Vale destacar que, diferentemente da bolsa de valores brasileira, que acumula quedas constantes ao longo dos últimos meses, demais mercados acionários estão apresentando movimentos de alta em 2021, mesmo em um cenário de persistência de desabastecimento em diversas cadeias de suprimentos, em virtude da pandemia de Covid-19.

Endividamento das famílias cresce em um ritmo menos acelerado em outubro

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou que, em outubro, cerca de 74,6% das famílias brasileiras possuíam dívidas. Apesar da alta proporção, o ritmo do crescimento do endividamento diminuiu no último mês, mesmo sendo 0,6 p.p maior do que o registrado em setembro.

Um dos motivos apontados para o menor crescimento do grau de endividamento das famílias foi a alta da SELIC. Nos últimos meses, quando os juros se encontravam em patamares mais baixos, a proporção de famílias endividadas crescia cerca de 1,5 pontos percentuais ao mês. Agora com os juros mais altos, as famílias ficam menos propensas a contratarem novas dívidas. Ainda assim, o endividamento das famílias em outubro de 2021 foi 8,1 pontos percentuais maior do que o observado no memo período de 2020 (segundo maior crescimento anual da série histórica). Além disso, este indicador acumula sua 11ª alta mensal consecutiva.

De acordo com José Roberto Tadros, presidente da CNC, “a inflação corrente elevada e disseminada tem deteriorado os orçamentos domésticos e diminuído o poder de compra das famílias, em especial as de menor renda. Os números demonstram os esforços em manter os compromissos financeiros em dia, com renegociação e melhor controle dos gastos”.

EUA geram 531 mil empregos no mês de outubro

De acordo com dados do Departamento de Trabalho americano, o País gerou 531 mil postos de trabalho no mês de outubro (sem incluir o setor agrícola), surpreendendo a mediana de expectativas de economistas, que era de 450 mil novas vagas. Tal indicador demonstra grande evolução com relação ao mês de setembro, quando os Estados Unidos criaram 312 mil postos de trabalho.

Vale destacar que as expectativas de geração de emprego no país em outubro já eram positivas, por conta da menor propagação da variante Delta da Covid-19 e menor escassez de bens na economia, fatores que até então estavam limitando as atividades produtivas do país. Com isso, a taxa de desemprego nos Estados Unidos recuou para 4,6%, ante 4,8% no mês de setembro (as projeções apontavam um desemprego de 4,7% em outubro).

Entretanto, ainda existem descompassos no mercado de trabalho americano. Por um lado, milhões de trabalhadores continuam fora do mercado, enquanto diversas empresas não encontram mão-de-obra para suas vagas em aberto. Tal desalinhamento pode ser atribuído a uma série de fatores, que vão desde medo de contrair coronavírus até o fato de muitas pessoas terem se mudado das cidades americanas durante a pandemia, sem ainda terem retornado. Mas, de acordo com Jerome Powell, presidente do “banco central” americano, “impedimentos à oferta de trabalho devem diminuir na mesma proporção em que a contenção do vírus for reduzida, sustentando os ganhos no emprego e na atividade econômica”.

Em reação a tais dados positivos no mercado de trabalho, o índice S&P500 (que reflete a cotação das ações das maiores empresas dos Estados Unidos) segue renovando suas máximas históricas e chegou a alcançar, nesta sexta-feira (5), a casa dos 4.700 pontos.

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