Caro(a) leitor(a),
Apesar de dados econômicos desfavoráveis, o Índice Ibovespa fechou com alta de 0,67%.
Nos últimos dias, tivemos a prévia do PIB, que apresentou recuo tanto no mês de setembro quanto no terceiro trimestre. Além disso, houve a fala do Presidente do Banco Central a respeito do meio de pagamentos Pix. No que se refere ao cenário externo, é válido destacar que as vendas no varejo dos EUA superaram as expectativas em outubro e, por fim, novos casos de Covid-19 em países europeus estão preocupando autoridades locais.
Boa leitura!
Prévia do PIB demonstra recuo de 0,27% em setembro e 0,14% no terceiro trimestre
Utilizado como um indicador prévio do Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), produzido pelo Banco Central, registrou recuo de 0,27% no mês de setembro.
Vale ressaltar que, além do recuo de setembro, o indicador registrou queda de 0,14 ao longo do terceiro trimestre deste ano. Caso as estatísticas oficiais do PIB (divulgadas pelo IBGE) sigam essa tendência negativa, será o segundo trimestre seguido de recuo econômico, o que coloca o Brasil no que os economistas chamam de “recessão técnica”. No último trimestre, o IBGE havia reportado queda de 0,1% no PIB. As estatísticas oficiais do terceiro trimestre serão disponibilizadas pelo Instituto no dia 2 de dezembro.
Em comparação com o mesmo período de 2020, o índice apresenta crescimento de 1,52%. Já no acumulado de 2021, o indicador apresenta aumento de 5,88%. Com a desaceleração observada, o IBC-Br recuou para os 138,56 pontos. Assim, nota-se que o IBC-Br retorna aos patamares registrados em fevereiro de 2020, mês que antecedeu o início da pandemia de Covid-19 e seus impactos econômicos.
Dado que os resultados de desempenho de alguns setores da economia já tinham vindo abaixo das expectativas (como dados da indústria, comércio e serviços), as estatísticas negativas de atividade econômica já eram esperadas pelo mercado. Assim, nota-se uma tendência de desaceleração econômica do Brasil e piora das expectativas de crescimento, algo que impacta diretamente a performance do mercado acionário nacional.

Presidente do Banco Central afirma que o PIX ainda não atingiu todo o seu potencial
O conhecido PIX, criado pelo Banco Central, é um meio de pagamento no qual os recursos são transferidos entre contas em segundos, inclusive durante os finais de semana, sem que exista a cobrança de taxas de intermediação. Para a sua utilização, basta o indivíduo possuir uma conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga. Assim, esse sistema, que está completando 1 ano, permite que indivíduos façam e recebam transações de maneira mais prática e simplificada.
Na última terça-feira (16), o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, destacou que, por mais que o PIX já apresente alta adesão da população, este ainda não alcançou seu potencial máximo de utilização. Além disso, Campos Neto afirmou que o meio de pagamentos deve contemplar novas atualizações no curto e médio prazo.
Atualmente, o sistema já possui pagamentos via QR Code, pagamentos com vencimento e agendamento de transações entre suas funcionalidades disponíveis aos usuários.
Além disso, o presidente do BC comunicou a implementação de outras funcionalidades, como o PIX Saque e o PIX Troco, que serão voltadas para estabelecimentos comerciais, com previsão de lançamento no dia 29 deste mês. Segundo Campos Neto, essas implementações devem “aumentar a eficiência” em processos de compras, principalmente no e-commerce.
Campos Neto ainda reiterou que o Brasil é o país com a aceitação mais rápida no mundo de um meio de pagamento instantâneo, levando em consideração o número de transações per capita. Foram cerca de 1,2 bilhão de transações apenas em outubro de 2021, número próximo ao total de transações realizadas via cartão de débito. Já no último ano, o volume total de transações via PIX foi de 7 bilhões, com um recorde diário de 50 milhões em 5 de novembro.
Cerca de 62,4% da população adulta brasileira (104,4 milhões de pessoas) já utilizaram a ferramenta. Além disso, quase 8 milhões de empresa já fizeram uso do PIX. Vale destacar que o Pix já superou alguns meios tradicionais, como transferências interbancárias (TED e DOC). Atualmente, o PIX está atrás apenas de cartão de débito, crédito e convênio de arrecadação. Para o presidente do Banco Central, o PIX permitiu redução de custos de transação e trouxe mais praticidade para a população, além de favorecer pequenos negócios.
Em resposta ao crescimento de crimes envolvendo o PIX, Campos Neto disse que novas formas de proteção aos usuários do sistema foram implantadas, como o bloqueio cautelar, o mecanismo de devolução e o limite do montante de transferências noturnas.
O PIX possui um importante papel em aumentar a velocidade de circulação da moeda e promover maior liquidez tanto para o cotidiano das pessoas quanto para a atividades produtivas como um todo, algo positivo para o crescimento econômico. Com uso facilitado e isenção de custos, o PIX inova os meios de pagamentos domésticos, incluindo cada vez mais brasileiros.
Vendas no varejo dos EUA superam expectativas em outubro
Os Estados Unidos viram suas vendas no varejo crescerem além do esperado no mês de outubro. Tal incremento pode ser atribuído principalmente pela antecipação de compras de Natal pelos americanos, dado que muitos temem eventuais desabastecimentos de produtos por conta da pandemia de Covid-19.
Segundo dados do Departamento de Comércio, as vendas no varejo cresceram 1,7% no último mês, terceiro aumento mensal consecutivo. A expectativa do mercado era de um crescimento de 1,4%. Em setembro, as vendas no varejo haviam apresentado crescimento menor, de 0,8%.
A falta de insumos na economia também está deixando diversos consumidores com receio de elevações nos preços dos produtos. A pandemia de Covid-19 gerou desequilíbrios no mercado de trabalho americano, o que atrasou a entrega de matérias-primas para as indústrias e, consequentemente, aumentou a escassez de mercadorias.
Novo avanço da Covid gera temores na Europa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o continente europeu é, novamente, o epicentro da pandemia de Covid-19.
Com aumento no número de casos e de mortes, a atual situação da Europa foi caracterizada por especialistas como a “quarta onda” da pandemia. Para conter a propagação da doença, diversos países estão voltando a adotar medidas restritivas.
Com a chegada do inverno europeu, epidemiologistas temem um agravamento da situação. Em épocas frias, as pessoas tendem a ficar em lugares mais fechados e com menor circulação de ar, o que favorece a disseminação da doença.
Diante deste cenário, países europeus tentam conscientizar ainda mais a população sobre a importância da vacinação, visto que muitos se recusam a serem vacinados. De acordo com o relatório semanal publicado pela ECDC (Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças), a agência de saúde prevê que as taxas de notificações de casos, taxas de mortalidade e internações em hospitais e UTI aumentem nas próximas duas semanas.
A declaração ainda alerta que “os países com menor taxa de vacinação continuam a ser os mais gravemente afetados”, mas destaca que “o aumento das taxas e situação epidemiológica preocupante são agora observados na maioria dos Estados-Membros da União Europeia”.