Caro(a) leitor(a),
Os destaques da Semana são: Banco Central revisa para baixo projeções de crescimento econômico de 2021 e 2022; Pix atinge 50,3 milhões de transações dentro de um mesmo dia; Real se encontra entre as 40 moedas com pior desempenho em comparação ao dólar em 2021 e China volta a aceitar importação de carne bovina brasileira.
Boa leitura!
BC revisa para baixo estimativas de crescimento do PIB para 2021 e 2022
Em novo Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira (16), o Banco Central do Brasil revisou para baixo suas expectativas de crescimento do PIB do Brasil para 2021 e 2022. Para este ano, o BC cortou a projeção de crescimento de 4,7% para 4,4%. Já para o ano que vem, é esperado uma elevação do PIB de apenas 1% (contra 2,1% projetado no último relatório).
De acordo com a instituição, a continuidade da pandemia de Covid-19 e a ausência de uma agenda de responsabilidade fiscal pioram a trajetória esperada para a dívida pública brasileira e eleva o risco-país. Além do que, os dados de desempenho econômico vieram abaixo do esperado no terceiro trimestre e, somado a isso, a autoridade monetária brasileira também não está confiante quanto aos resultados do último trimestre, o que contribui para o corte nas expectativas de crescimento do PIB.
Analisando a economia brasileira por setor, o crescimento da agropecuária em 2021 foi revisado para baixo: de 2% para 0,6%. O principal motivo citado para o menor crescimento foram problemas climáticos em diversas regiões, impactando a produtividade das principais culturas (milho, cana-de-açúcar, café, laranja e algodão).
Na indústria, a projeção de crescimento caiu de 4,7% para 4,1%, principalmente por conta de dificuldades na indústria de transformação, que vem sendo afetada pela escassez em algumas cadeias de suprimentos e pela alta no preço de insumos. Por fim, o setor de serviços foi o que teve menor corte na estimativa de crescimento para 2021, de 4,7% para 4,6%. Segundo o Relatório, os serviços administrativos, de saúde e educação estão se recuperando com a volta das interações presenciais.
Para o próximo ano, o Relatório aponta que a persistência da inflação, que torna a política monetária do Banco Central mais contracionista, é o principal desafio para o crescimento econômico. Além disso, também foi destacado o risco de desancoragem nas expectativas de longo prazo, o que contribui para a elevação das taxas de juros e menor crescimento econômico.
Pix atinge 50,3 milhões de transações dentro de um mesmo dia
O conhecido PIX, criado pelo Banco Central, é um meio de pagamentos que permite transferências instantâneas entre indivíduos, isentas de cobrança de taxas de intermediação. Em funcionamento desde novembro de 2020, o principal objetivo do Pix é aumentar a velocidade de circulação da moeda e dar mais liquidez para a economia brasileira.
Segundo o Bacen, o Pix atingiu seu novo recorde de transações em um único dia: na última sexta-feira (10), foram 50,3 milhões. Até então, o recorde de transações havia sido em 5 de novembro, com 50 milhões.
Para a realização da transferência, basta que o indivíduo saiba a “chave” da pessoa que vai receber os recursos, que pode ser um telefone, e-mail ou CPF/CNPJ. Assim, com o Pix, não é mais necessário saber onde o destinatário da transferência possui conta, diferentemente de outros meios de pagamentos tradicionais, como TED e DOC.
Deste modo, o Pix vem ganhando cada vez mais aderência por parte da população e vem se mostrado como uma ferramenta ágil e fácil de se usar no dia a dia.
O Real se encontra entre as 40 moedas com pior desempenho em comparação ao dólar em 2021
Com desvalorização de 6,5% em 2021 (até o dia 9 de dezembro), o real brasileiro está entre as 40 moedas que mais se depreciaram com relação ao dólar neste ano, de acordo com estudo realizado pela Austin Rating.
Ocupando a 38ª posição no ranking mundial de desvalorização cambial, a moeda brasileira apresentou performance inferior em relação a outros países emergentes, como Índia (58ª posição, com queda de 3,2%), México (42ª posição, recuando 5,4%), Rússia (102ª posição, com alta de 1,1%) e China (107ª posição, avançando 2,3%). O levantamento da Austin Rating levou em conta dados de 119 países, que foram fornecidos pelos seus respectivos Bancos Centrais.
A persistência da crise sanitária global, causada pela pandemia de Covid-19, é apontada como o principal motivo para a desvalorização das moedas de países emergentes. Diante de um cenário de incertezas, investidores tendem a migrar seus capitais para mercados mais desenvolvidos.
Entretanto, no caso do Brasil, também podemos destacar as incertezas fiscais e o possível “furo” no teto de gastos como motivos para a depreciação da moeda doméstica. Além disso, as reformas tributária e administrativa seguem paralisadas no legislativo brasileiro, algo que passa uma imagem negativa aos agentes econômicos.
China volta a aceitar carne brasileira, segundo o Ministério da agricultura
De acordo com o Ministério da Agricultura, a China voltou a aceitar a importação de carne bovina brasileira. Após a identificação de casos da doença “vaca louca” no Brasil em setembro, o país asiático iniciou uma paralisação da compra do produto nacional.
Os bloqueios impostos pelo governo chinês causaram grandes preocupações no setor frigorífico brasileiro, visto que 40% de toda a carne bovina importada na China é oriunda do Brasil. Após o início do embargo, o total de embarques provenientes do Brasil caíram pela metade.
Em nota, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, afirmou que as negociações com as autoridades chinesas foram bastante técnicas e baseadas em trocas de informações.
Por fim, de acordo com o Governo Federal, os casos de “vaca louca” identificados nos municípios de Nova Canaã do Norte (MT) e Belo Horizonte (MG) foram atípicos: a doença foi desenvolvida de maneira espontânea, e não por ingestão de alimentos contaminados. Além disso, não foram registrados indícios de transmissão entre os animais.